O mercado imobiliário oferece diferentes modalidades de locação, cada uma com suas características e público específico. Nos últimos anos, o aluguel de temporada, impulsionado por plataformas digitais como Airbnb, ganhou espaço entre os proprietários que buscam uma rentabilidade aparentemente maior e mais rápida. Por outro lado, o aluguel tradicional segue como a forma mais estável e segura de investimento em imóveis residenciais, especialmente para quem deseja previsibilidade e menos envolvimento na gestão do bem.
Mas afinal, qual é a melhor opção para o proprietário?
Aluguel de Temporada: vantagens e desvantagens
Vantagens:
- Flexibilidade de uso: o proprietário pode ocupar o imóvel em períodos livres.
- Alta demanda em regiões turísticas: em datas específicas, a receita pode ser bastante atrativa.
- Pagamento imediato: geralmente recebido antes da hospedagem.
Desvantagens:
- Gestão intensiva: o imóvel precisa de atenção constante, precisando estar sempre limpo, mobiliado, equipado e pronto para receber hóspedes.
- Custos ocultos: energia, água, internet, IPTU, condomínio, manutenção de eletrodomésticos e pequenos reparos ficam por conta do proprietário.
- Risco de sazonalidade: meses de baixa ocupação reduzem a rentabilidade.
- Tributação mais rígida: a Receita Federal firmou parceria de compartilhamento de dados com o Airbnb e outras plataformas de aluguel por temporada, obrigando os proprietários a declararem corretamente os rendimentos, pois o risco de autuação é real.
- Taxas de plataforma: uma fatia considerável da receita vai para comissões e administração de reservas.
Aluguel Tradicional: vantagens e desvantagens
Vantagens:
- Previsibilidade de receita: contratos longos (geralmente de 30 meses ou mais) oferecem segurança financeira. Além de modalidades de garantia que oferecem a certeza do recebimento.
- Custos transferidos ao inquilino: IPTU, condomínio, seguro e contas de consumo normalmente são pagos pelo locatário.
- Menor desgaste: não há necessidade de mobilhar, limpar constantemente ou lidar com alta rotatividade.
- Gestão profissionalizada: empresas como a Âncora Imobiliária administram contratos, cobranças e garantias.
Desvantagens:
- Menor flexibilidade de uso: o proprietário não pode ocupar ou pedir a desocupação o imóvel quando quiser.
Possível vacância entre contratos: pode haver um intervalo até encontrar o próximo inquilino.
Comparativo de rentabilidade
Muitos proprietários acreditam que o aluguel de temporada sempre proporciona ganhos muitos superiores. Porém, ao considerar taxas de plataforma, taxa de administração, impostos e custos fixos, a diferença real pode ser pequena.
| Item | Temporada | Aluguel tradicional | Observações |
| Receita Bruta | R$ 6.000,00 | R$ 3.000,00 | |
| Taxa Plataforma | 14% | 0% | Isento |
| Saldo após Taxa Plataforma | R$ 5.160,00 | R$ 3.000,00 | |
| Taxa Administração | 20% | 10% | Mais barata no tradicional |
| Saldo após Taxa Administrativa | R$ 4.128,00 | R$ 2.700,00 | |
| IR (27,5%) | R$ 1.135,20 | R$ 742,50 | Fixado em 27,5% para efeito comparativo |
| Saldo após IR | R$ 2.992,80 | R$ 1.957,50 | |
| Condomínio | R$ 500,00 | R$ 0,00 | Pago pelo inquilino no tradicional |
| IPTU | R$ 200,00 | R$ 0,00 | Pago pelo inquilino no tradicional |
| Taxa Bombeiro | R$ 15,00 | R$ 0,00 | Pago pelo inquilino no tradicional |
| Seguro Incêndio | R$ 15,00 | R$ 0,00 | Pago pelo inquilino no tradicional |
| Saldo Líquido Final | R$ 2.262,80 | R$ 1.957,50 | |
| Diferença | R$ 305,30 |
🔎Apesar da receita bruta maior, o resultado final do aluguel por temporada não se mostra tão maior assim, se tornando uma pequena diferença diante do maior esforço e riscos. Além disso, a conta não inclui outras possíveis despesas extras como consumo de energia, água, além de maior desgastes de móveis e maior necessidade de manutenção de equipamentos, que ficam por conta do proprietário no modelo de temporada.
Conclusão
O aluguel de temporada pode ser interessante para imóveis localizados em pontos turísticos, mas exige tempo, dedicação e constante investimento para manter a atratividade do imóvel. Além disso, a fiscalização tributária mais rigorosa a partir de 2026, devido ao compartilhamento de dados entre a Receita Federal e plataformas digitais, aumenta o risco de autuação e obriga o proprietário a declarar corretamente os rendimentos. Já o aluguel tradicional se mostra a melhor escolha para quem busca segurança, estabilidade e tranquilidade, com contratos longos, custos transferidos ao inquilino e gestão simplificada. Para proprietários que desejam transformar seus imóveis em renda confiável sem dor de cabeça, esta modalidade continua sendo a opção mais inteligente.
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